LIARS - Capítulo 01

CAPÍTULO 01 

The One With The Message Of -A {Part 1}




É um completo pé no saco, acordar cedo e ter que ir ao colégio... Ainda mais quando se é o primeiro dia, todos querem se mostrar em suas roupas de marcas e suas férias caríssimas! As panelinhas de sempre se reencontrando e os coitados dos forasteiros perdidos, desesperados por encontrar o seu grupinho, antes de se tornar um excluído! E é claro, reencontrar nossos professores queridíssimos, que muitos de nós adoraríamos que nunca tivessem retornado. Traduzindo, o típico começo de aula de um adolescente, chato e entediante. 

Haviam se passado um ano deste o incidente do Alec, quero dizer o desaparecimento. É engraçado como a vida é, num dia você é o melhor amigo de cinco caras super legais e no outro, não existe relação nenhum entre vocês. O meu melhor amigo, aquele que era o meu confidente, se muda pra fora e corta contato. Não posso negar que aquilo partiu o meu coração. Aqueles que continuaram na cidade, fizeram o mesmo, cortaram contato por completo. Diferente dele, eles foram se afastando aos poucos, até esquecermos que existia um laço de amizade entre nós. Nunca me sente tão sozinho, como o tempo que tive que entender que estava por si mesmo. Nestes momento, aprendemos como sobreviver por si, sem nenhum deles e como arranjar novas pessoas pra andar. 

O início das aulas tinham sido normais, começaram a ficar estranhas no segundo tempo. Estava saindo da sala de biologia em conjunto do meu companheiro de basquete, Gabriel e da líder e co-ĺíder das animadoras de torcida, Sophia e Milena. Tínhamos nós despedido, já que eles iam pra aulas separadas, quando o encontrei no corredor... Íamos para a mesma aula. Posso descrever que foi o reencontro mais estranho dá minha vida. Ninguém espera rever o ex-melhor amigo, aquele que cortou contato, ainda mais no corredor em direção a aula de literatura. Não podia acreditava, tinha certeza que meus olhos estavam vendo coisas. Após um ano, ele havia retornado e com o mesmo velhos sentimento ressurgirão, magoas fechada a sete chaves. Fiquei completamente indeciso, devia ir conversar ou  deixar pra lá? Minha mãe diz que devemos perdoar, e é por isso que decido chamado e dar uma segunda chance... 

— HENRY?! Não acredito é você! 

— Uh... Oi, como vai?. — Ele me respondeu num tom sem graça. 

— Vou bem e você? Cara, nem sabia que você ia retornar... 

— Pois é, meus pais queriam que eu tivesse a chance de ter o colegial aqui. E chegamos ontem, então imagina a confusão. — Ele conta dando uma risadinha no final.

— Poxa, podia ter avisado! Amigos são pra isso, podia ter ido te ajudar a organizar pelo menos o quarto. 

— É complicado, depois de tanto tempo... Perde o contato com cada um de vocês, eu achei que não seria bem recebido! Até pensei em ligar, mas fiquei em duvidas, por não saber em que pé a nossa amizade continuava. — Ele se explica. 

— Sinceramente, fiquei chateado, mas sou daqueles que dá segunda chance. Então, está tudo bem comigo. Não sei os outros, pra falar a verdade, você não foi o único a se afastar. Não existe nós a muito tempo, todos tomaram seus próprios caminhos. Tudo mudou, depois que você se foi, não imagina como?!

— Nosso, sério? Poxa, pensei que você e os outros tinham se mantido firmes, devo ter me enganado. Como aconteceu isso? — Ele pergunta confuso. 
 
— Não foi nada do dia pra noite, foi aos poucos... Quando vê, não tínhamos mais contato há mais de um mês. Cada um havia seguido o seu caminho. Acredite, a coisa mais estranha é os encontros pelo corredor, vai entender quando te acontecer. Acho inclusive que as pessoas daqui não saibam que um dia fomos amigos, é bom não ter pessoas que estudamos nós julgando por nosso passado, menos a bandinha e o nerdinho que estão aqui! Tirando isso, fingimos que não nós conhecemos.  

— Tudo isso é tão maluco! Aconteceram tantas coisas deste que estive fora, não podia imaginar que isso aconteceria. Inclusive achei que pelo menos estaríamos livre dá culpa com a bandinha. — Ele fala. 

— Melhor não falarmos disso, pelo menos não aqui! Vamos indo, antes de perdemos a aula ou chegarmos atrasados. Ouve falar que é um professor novato. Então é bom se preparar, ela poder ser bem chatona. Pelo menos dizem que é gatinha, um colírio para os nossos olhos!

Caminhávamos em conjunto até a sala, com aquele clima estranho entre nós. O assunto havia se encerrado e ele não falava mais nada. Quando estava pensando que tudo continuava o mesmo entre nós. Havíamos mudado em um ano, era bem impossível retornar ao mesmo. Ele não criavam um assunto e eu seguia o exemplo, dois desconhecido andando lado a lado. Até poderia perguntar da Islândia, mas não éramos mais próximos pra perguntar sobre assuntos pessoais. Talvez aquela amizade que tínhamos nunca mais voltaria... 





Tudo naquela cidade parecia ter parado no tempo. Parecia que o Alec continuava a ser o rei de tudo aquilo, até mesmo do colégio, mesmo que não seja o mesmo daquela época. A clássica paredes amarelas claras, que eu odiava com paixão. Os armários vermelhos vibrantes, mesmo desbotando conforme o tempo sem pintar. Nem mesmo modificaram os casacos dos jogadores, nem os uniformes das líderes de torcida, se mantiveram com as mesmas cores. Até parecia que ele continuava aqui. Alec sendo o rei e nós os seus seguidores.  
 
Ao entrarmos na sala de aula, não me surpreendo continuava dá mesma maneira, intocável pelo tempo. Alguns alunos me olhavam com curiosidade, deviam querer saber quem era o novato e outros me olhavam surpresos, imaginou que aquele que me reconheceu de antes. Notou três pessoas em especial naquela mesma sala, separados e em grupos opostos. Parecia que estávamos vivendo num mundo inverso, igual aquele ao filme da Coraline. 

Prefere me sentar na terceira fileira do meio, distante o suficiente deles. Tentou disfarçadamente chamar a atenção do Lance, preciso entender o que aconteceu aqui após minha partida, e quem cada um deles eram agora. Nenhum deles pareciam ser as mesmas pessoas de um ano atrás. Lance também parecia ter mudado. Mesmo que nossa amizade tenha enfraquecido, ele ainda entendia aquele meu olhar. Isso só me faz pensar como éramos próximos, quase como irmãos. Nem parecíamos que fomos amigos, nem que tínhamos este tipo de proximidade, parecíamos dois desconhecidos. 

— Então, não fomos os únicos, eles também se afastaram. 

— Bom, depois de tudo que o que aconteceu, foi melhor nós afastar e encontrar novas companhias. Lucca, em questão se tornou o líder do clube de debate, perdendo o poder do status que ele tinha quando andava com nós e com o Alec. — Ele explica. 

— O Zed também? 

— Ele se perdeu por completo, Se antes parecia um bad boy, hoje é um deles. O pessoal que ele tem andado é um bando de baderneiros, que picha paredes públicas por hobby; cabulam aulas pra irritar os pais e fumam drogas na hora do almoço, atrás das escadarias do campo de futebol. — Conta com um tom de decepção do caminho que ele escolheu. 

— E o Noah? Ele não parece ter mudado muito, além da aparência. 

— Esse é o que mais mudou, não apenas na aparência, como na personalidade. Depois das férias, ele voltou todo mudado, tinha perdido peso e usando roupas de marca. Assim, conseguiu subir na cadeia alimentar deste colégio e conquistar o lugar de Rei do Alec. — Diz com desdém. 

Já era existente o atrito entre estes dois, mas parecia que havia piorado de um ano pra cá. Tornando aquele sentimento de amizade num enorme ódio entre eles. 

— Imaginou que você também tenha um novo status, não? 

— Sim, andou com o time de futebol e as líderes de torcida. Estou jogando agora. Sabe como eu gostava de jogar futebol, mas como o Alec não permitia que nenhum de nós participasse de outro grupo, nunca pude tentar entrar. E bem, depois você sabe... — Ele gagueja nervoso no fim, lembrando do por que todos mudaram. 

— Sei. 

Conseguia entender seu amor pelo futebol, ele sempre quis participar do time, mas como o Alec era controlador nunca permitiu. Só depois de um tempo livre dele que eu entendi que nossa amizade com ele era uma amizade tóxica e nada saudável pra nenhum de nós. Mesmo dizendo que era do time, não conseguia vê-lo como o clássico jogador. No fundo, continuava sendo aquele garoto tímido que nem conseguia falar com uma garota sem gaguejar e passar um mico. 

— Muito mudou de um ano pra cá e às vezes pensou que sou o único que não mudei nada.  

— Pode ter mantido sua personalidade, mas seu estilo mudou muito, quase não te reconhece. Suas roupas antes eram um estilo peculiar, agora são tão estiloso quanto às roupas de marca do Noah. E confesso que gosto mais deste estilo, ficou muito cool! — Ele elogia meu novo estilo. 

— Obrigado, eu acho... 

Aos poucos os restantes dos alunos iam entrando, significando que a aula ia começar. Decido abaixar e pegar os livros que íamos usar, e nem reparei na nova professora entrando. O quão grade foi o meu choque ao vê-la, não podia acreditar no que meus olhos viam.  A nova professora era... 

— Oh, meu deus! — Ela solta sem querer. 

Todos da sala a olham confusos. Ela me olhava diretamente, assustada com minha presença. Quem diria que a nova professora seria a Lydia, a mesma garota que eu tinha ficado no dia anterior. Sentia como se meu coração fosse sair pela boca. O clima na sala era pesado, mas mesmo assim, ela decidiu seguir em frente e fazer o seu trabalho. Era nítido como ela estava desconfortável me tendo como aluno, não posso culpá-la, sentia o mesmo com sua presença. A aula seguiu normalmente, como deveria ser, mesmo ela evitando olhar para mim e eu segui o exemplo, fiquei encarado o meu caderno até o fim. Me ferrei, literalmente! 

Confesso que fiquei metade da aula no mundo da lua, encarando as folhas do caderno em branco. No outro tempo, pensando como raios o destino decidiu me ferrar. Só despertei do meu devaneio quando sente o celular vibrar no meu bolso. 

Ao pegar o celular, reparou que recebe uma mensagem de um número anônimo. Pensei que fosse mensagem dá operadora ou algum anuncio... Meu coração queria sair pela boca, sente um frio subir a espinha e queria sair correndo, me trancar no meu quarto e chorar até não poder mais. Nunca pensei que seria vítima de uma ameaça virtual!  

Releio aquela mensagem, milhões de vezes, até tê-la decorado. A mensagem era a seguinte... 

"Você sabia que é contra a lei o envolvimento entre aluno e professora? Bem, o que dizer de alguém que é igual ao pai, ambos adoram brincar com o proibido. Tal pai, tal filho. 

Com todo o amor. - A 

Olhou ao redor, tentando descobrir quem foi. Ninguém parecia estar usava o celular, além de mim. Meu estomago revira, só de pensar que alguém sabia daquele segredo. Aquele não era apenas meu segredo, também do meu pai. O único que sabia era o... Era o Alec, ele era – A? Por que ele estava fazendo aquilo?  



Continua...



Terceira Publicação: 17/02/2023 ás 07:30


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Primeira Publicação: 08/04/2017 ás 21:10

Atualizada: 20/12/2018 ás 12:33

Segunda Publicação: 09/12/2019 ás 13:20