Me Apaixonei Caí por Você - Capítulo 23

 


CAPÍTULO 23

What's it going to be?


"Todo o mundo écomposto de mudança.“ (Luis de Camões)




O tempo é engraçado. Às vezes o tempo voa, e os minutos param. Às vezes os segundos param e a vida voa. Se passaram três semanas deste que o vê pessoalmente, frequentemente conversamos por chamadas de vídeo e ligações, nunca é o suficiente para matar a saudade de beija-lo e lhe dar um abraço, nem de criar momentos juntos. Inclusive, perdendo o crescimento do nosso pequeno broto, que já mostrava sua presença com a barriga saliente. 

— Estou com saudade.

— Também, minha vontade é largar tudo, pegar o primeiro avião pra casa. — Confessa. 

— Rob te mataria! 

Damos uma risada. 

— Ele ia mesmo. Como você está? — Ele pergunta. 

Devia estar preparado pra essa pergunta, contudo não estava. 

— Estou bem.

Tentou mentir. 

— Não é mentira, não é? — Interroga. 

Não sei explicar o que aconteceu, mais meus olhos começaram a arder e encher de lagrimas. 

— Você me conhece, eu…

Conhecendo como ele é, vai se preocupar por ter começado a chorar do nada. 

— O que houve? Tem feito suas sessões com Dr. Watson? Se quiser, posso conversar com Scott e conseguir o primeiro voo pra casa. — Diz alarmado. 

Eu disse. O que falou para resolver o assunto, a verdade ou a mentira para que não se preocupasse mais? Ficou pensando por uns instantes, tínhamos prometido ser sinceros um com o outro, depois de tanto refletir decido contar como estou me sentindo.

— Hoje lê alguns comentários nas redes sociais que me fizeram mal. Que droga, não queria chorar, mas estão dizendo que arruinei a banda, que vou fazer carreira solo e outras histórias absurdas, eles não sabem nada sobre mim, isso me chateado. 

As lágrimas desciam livremente, enquanto falava. 

— Primeiro me prometa que não vai mais procurar notícias sobre você, a banda e ler os comentários negativos nas redes, isso não faz bem a ninguém. Deixe que eles falem, vão saber a verdade quando você voltar o ano que vem. — Declara. 

— Prometo, vou tentar não olhar. Agora tem que me prometer não pedir ao Scott pra terminar a turnê mais cedo, já foi trabalhoso para que eles mudassem as datas, faz isso por mim.

— Ok, irei terminar. Ainda assim, ficou preocupado com você sozinho nesta casa. Certifique de não fazer nenhuma besteira. — Fala. 

Limpou as lagrimas com a mão. 

— Tirando tudo isso, estou bem. Só são esses hormônios que fazem ficar um pouco emotivo às vezes.

De repente o interfone toca. Estranho, a portaria do condomínio não anunciou a chegada de ninguém, será que é algum vizinho? Levou o celular comigo, ainda em chamada. 

— Está esperando alguém? — Questiona. 

— Não. 

Minha expressão de choque é impagável. Não acredito, o mundo está de brincadeira. 

— São as mães!  

— Sua mãe? — Interpreta. 

— Não, às cinco! O pior é que elas estão com mala e cuia.

Abre a porta e deixei que às cinco entrasse, com suas malas. 

— O que estão fazendo aqui? 

— Ficamos sabendo que você ficou sozinho e decidimos vir para te fazer companhia. — Explica minha mãe.

— Que lindinho, já está com uma barriguinha! Quanto tempo? — Pergunta Tia Cass. 

— Quinze semanas. 

— Já podemos planejar seu chá revelação! — Solta Karen. 

— Que? 
 



***




27/07/2019 

16:00 

Se eu pudesse dizer algo, diria que estou pasmo. De alguma maneira, quase magicamente elas conseguiram tudo aquilo em três semanas e um dia. Estou quase acreditando que nossas mães são fadas madrinhas e não sabemos disso ainda. Aquelas cinco estão gastando energia desnecessária em seus atuais empregos, deviam se demitir e abrirem sua própria empresa de planejamentos de festas, elas são incríveis nisso. A mesa de madeira rustica no nosso quintal, decorado com objetos fofos e unissex, as bandeirolas coloridas acima dela e a toalha amarela. 

— Sente tanto sua falta. — Sussurra no canteiro do meu ouvido. 

Ele me abraça por trás, dou um sorriso. 

— Ontem na nossa chamada, você não disse que ia vir. Até tínhamos combinado de fazer uma chamada com vocês. 

— Queríamos te surpreender. — Explica. 

Ficamos namorando às escondidas, enquanto nenhuma delas venham nos buscar. 

— Posso? — Pede.

— Pode. 

O deixando colocar a mão na barriga. Ficou um pouco envergonhado. 

— Tem como saber antes de todo mundo se é ele ou ela? — Sugere, tentando descobrir o que era o bebê. 

Riu.

— Só se sequestrarmos sua mãe, tentarmos fazê-la falar por ameaças e nem assim acredito que conseguimos tirar o sexo do bebê.  

— Você também não sabe? — Pergunta. 

— Não, estamos no mesmo barco. 

— Não importa, tenho certeza que ela é a minha princesinha.  O que? — Fala. 

Dando de ombro.

— Se eu fosse você, não teria tanta certeza.

— Você acha que é ele? — Solta. 

Não consigo explicar, mas tenho esse sentimento que é possível, pode ser loucura e estar sendo influenciado pelos hormônios.  

— É intuição. 

Saímos do nosso esconderijo, quer dizer o banheiro do meu quarto. Estava na hora de encontrar um lugar que possamos chamar de nosso, até daria pra fazermos um quarto para o bebê aqui. No entanto, acredito que o melhor é sair dá comodidade de viver com os amigos, iniciar uma nova página. Mais tarde, direi sobre essa ideia pra ele, melhor comentar num momento só nosso. Vamos até o quintal onde todo mundo estava, minha sogra estava reunindo o pessoal numa rodinha e dizendo… 

— Vamos lá pessoal! Pegando um saquinho de pó colorido, tirando o cordão e sem olhar a cor, quando contarmos até três joguem pra cima e descobriremos se é ele ou ela? 

Confesso que estava doido pra olhar e descobrir antes, mas elas ficariam uma ferra.

— Lembrando que se for vermelho é ela e se for roxo escuro é ele. — Minha mãe completa.

Agora faz todo sentido do porque todo mundo está usando branco. Falando nisso, branco não caí bem nesse momento, estou parecendo que coloquei uma bola de futebol no estomago.   

— 1… — Grace conta lentamente.  

— 2… — Continua. 

— 3… — Termina. 

Jogamos o saquinho pra cima, fazendo cair em todo mundo e levantar uma poeira de cor roxa escura, que sujava as roupas e nossos rostos. Vou até ele dando um abraço, um beijo e digo... 

— Eu disse que era ele.

Numa entoação de brincadeira.

— Dá próxima nem discordo, você sempre está certo. — Admite rindo. 

Agora é oficial, temos que dar um nome pra o pequeno projeto de vida que vamos ter.


  

***



28/07/2019 
23:30 


— Vocês voltaram pra turnê na segunda! Então, o que estamos fazendo saindo pra um lugar aleatório? Devíamos estar em casa, aproveitando o nosso tempo junto!

Ele só tinha dito que precisávamos ir a um lugar no domingo e aqui estávamos. 

— Estamos aproveitando, só que no carro. — Diz. 

Revirou os olhos e bufo frustrado. 

— O que estamos fazendo aqui?

Paramos o carro na frente de uma casa lindo, podíamos ver o deck do lago no fundo. 

— Vêm! — Ele me puxa pra entrar. 

Alguém tinha deixado a porta aberta e quando entramos reparei que estava completamente vazia, será que eles estão reformando? Aquela casa era perfeita, com ambientes amplos e cheio de janelas, ficou imaginando como é de dia. 

— Nossa, é linda. Devíamos procurar um lugar assim pra morarmos. Podemos ir? Isso é invasão, se alguém nós ver aqui podem chamar a polícia e seremos presos. Por favor, vamos embora. Os donos podem vir dar uma olhada e nos encontrar aqui!

Ele me olha, fica pensativo e diz… 

— Até parece que íamos ligar pra polícia para sermos presos. — Responde. 

Olhou ao redor, vendo todo aquele ambiente, não acreditando. 

— O que você disse? 

— Disse que é nossa!  — Repete. 

Passo meus braços ao redor do seu pescoço e dou um beijo repentino. Parou de beijá-lo e perguntou… 

— Como?

— Antes de você me dizer ontem que precisávamos, já tinha pensado que iriamos precisar de uma casa nova. Então, durante meus momentos livres dá turnê, buscava casas pela internet e nossas mães iam dar uma olhada. Elas faziam chamadas de vídeo e me mostrava, fizemos um monte de pesquisa antes de decidir. Foi a compra perfeita, consigo nós ver aqui com nossos filhos. O que achou? — Explica. 

— Eu amei. 

— Vamos estreia o nosso quarto? Tem uma cama que os antigos donos deixaram. — Sugere.

Damos as mãos e ele me puxa escada acima, o resto fica entre quatro paredes e uma porta bem fechada. 





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Nota: frase do início da história = Às vezes o tempo voa, e os minutos param. As vezes os segundos param e a vida voa. (Talita S. Santos)  

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