CAPÍTULO 24
You say this fight's over?
“Todo o mundo é composto de mudança.(Luis de Camões)"
Sem perceber, o tempo foi se movendo rapidamente e havia se passado cinco semanas, quase seis. Nem conseguia acreditar que já estava na metade da vigésima quarta semana, que logo em breve iria conhecer o meu filho. Falando nele, já fazia dias que discutíamos qual seria seu nome, contudo sempre ficávamos indecisos entre tantas escolhas.
— Matias?
Estou tão feliz por ele estar aqui, finalmente de férias — Quer dizer quase, ainda estão gravando o nosso próximo álbum, ao qual já tinha gravado a minha parte.
— Nosso filho não vai se chamar Matias. — Discorda.
— Que tal Luke?
Segundo o site de nomes para bebês diz que Luke significa aquele que traz luz. Ele poderia ser aquele que trará luz para nossas vidas.
— Gostei desse, mas será? — Questiona me olhando de relance.
Ficando pensativo sobre o assunto.
— Noah? Diz que significa descanso, repouso ou de longa vida.
— É um nome bonito, vamos colocar na lista do talvez, junto de Luke e Oliver. — Sugere.
— Pode ser. Achei outro interessante, que tal Jasper?
— Qual é o significado? — Pergunta.
— Portador de tesouros, aquele que carrega tesouros.
— É legal, mas não. — Rejeita.
Depois de passarmos por vários nomes, conseguimos manter apenas dez como nossos preferidos. O restante dos dias, debatemos sobre qual seria perfeito, até chegarmos num único nome. Conversamos bastantes, até que decidamos revelar somente depois de seu nascimento.
***
— Foi só uma sugestão! — Exclama.
Fazia mais de meia hora que estávamos discutíamos, tudo por causa de uma reforma na cozinha, um pitaco dá mamãezinha que se intrometia em tudo nas últimas semanas.
— Uma sugestão que não gostei, então recusei.
Estou farto de tudo isso!
— Pelo menos podia ter respondido direito, ela ficou chateada com o jeito que você falou. — Reclama.
— E daí!?
Expirou ar pela boca e soltou um suspirou.
— Daí que ela ficou magoada com a sua resposta. Você não se importa com os sentimentos dos outros, não é? Dá pra pelo menos pedir desculpas!? — Ordena.
Quando o escutou dizer, foi subindo uma raiva e uma vontade chorar…
— Porquê? Não fiz nada de errado.
— Você estava ouvindo o que está falando? — Se queixa.
— Claro que estou. Achei que tínhamos prometido apoiar um ao outro, — Entendo que ela seja sua mãe, mas podia me entender.
Só queria que ele me compreende-se.
— Eu apoio, até compreendo sua escolha. Só estou pedindo pra pedir desculpas, é difícil? — Insinua.
Não consigo entender os meus sentimentos, enquanto quero discutir e gritar com ele, também tenho vontade de me enrolar no cobertor e chorar até não conseguir mais.
— Você pode sair do quarto, por favor? Precisou ficar sozinho!
Silenciosamente ele me deixou sozinho…
***
— Noivos? — Eles gritam pasmos.Horas depois...
— Como está se sentindo? — Ele pergunta, chegando perto dá cama.
Na mão direita, trazia um copo da água que é colocado na mesa de cabeceia, e escondido na outra algo que não conseguia ver daquela posição.
— Bem, só foi uma fraqueza.
— Me sinto um idiota! Me perdoa? — Pede.
Ultimamente minha cabeça parecia ser de vento, sempre esquecendo as coisas e sem contar os hormônios que tomava conta do meu sistema.
— Sou eu que tenho que pedir perdão, até irei ligar pra sua mãe e me desculpar por ter sido rude.
— Mesmo assim, me desculpa? — Diz levantando a mão escondida e revelando um buque de chocolate.
Dou um sorriso, ele me conhecia tanto.
— Eu já tinha te perdoado, faz tempo. Você me perdoa? Tenho sido um completo babaca.
Ele acaricia o meu rosto e me dá um beijo curto.
— Não tem o que perdoar, você tem estado estressado e piorou com o hormônio, não te culpou por ter explodido. — Responde.
— Obrigado.
— Chocolate? — Oferece.
— Aceito se prometer nunca contar pra minha médica.
— Não sou louco, ela me mataria! — Ressalta.
Damos risada e dividimos metade de uma barra de chocolate entre nós.
— Devia me sentir mal por fazer isso, mas não estou. Na verdade, estou amando.
— Seja sincero, você está bem? — Ele insiste.
— Estou bem.
— Sério? Sabemos que você gosta de ignorar a sua saúde e como tem mania de esconder isso das pessoas que se preocupam com você. — Comenta me dando um olhar sério.
Revirou os olhos. Achou que ele estava exagerando, mesmo sendo assim como ele disse.
— Vou te provar que estou bem.
Para provar que estava certo, tentou me levantar, mas sinto uma vertigem e preciso me sentar novamente.
— Ok, você está certo.
O escuto conversando com a Dra. Smith ao celular.
— Ela está vindo e também ficou apreensiva com os sintomas. — Comenta.
— Não deve ser nada, estão se preocupando por bobeira.
— Verificar não faz mal, meu amor. — Diz.
O interfone toca…
— Deve ser a médica, fica aí na cama e vou lá abrir pra ela. — Fala indo atender a porta.
A Dra. Smith entra no quarto usando o seu jaleco branco, senta-se ao meu lado e tira de sua maleta um aparelho de pressão, ela prende no meu braço.
— Como está? Vejo que sua pressão está tem alta. Já fizeram aquele exame? — Ela pergunta.
— Ainda não fizemos. — Declan responde.
— Como você já chegou a vigésima quarta semana, vou pedir pra que façam o exame de curva glicêmica com urgência e colocarei na carta do pedido para trazerem o resultado o mais rápido possível. — Ela explica.
— É algo sério?
Entrelaçamos as mãos, aflitos.
— Não posso afirmar com muita certeza, antes de ter os exames em mãos. Entretanto, seus sintomas me indicam ser um diabetes gestacional, é algo temporário, mas sem cuidado pode continuar e trazer complicações ao bebê. Ainda assim não fiquem estressados por isso, não saberemos até ter o resultado. Por enquanto, avisarei a Dra.Fallon e mudaremos sua alimentação, cortando qualquer açúcar dá sua dieta. Por agora, descansa e te colocarei em repouso por alguns dias. — Disse calmamente.
— Pode deixar doutora, seguiremos à risca o cardápio e o repouso, tem mais amanhã mesmo o levarei para fazer os exames. — Ele a garante.
— Quando tiverem o resultado ligue para o consultório e marcaremos uma consulta o mais rápido. Vê se cuida deles. — Ela o pede, guardando suas coisas.
Ele a acompanha-la até a porta.
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